Saio mais uma vez à noite para pedalar. Está frio, como é costume nesta época. Cruzo-me com alguns ciclistas que aproveitam esta hora para dar também as suas pedaladas. E cruzo-me também com um tipo a correr. Lembro-me da brincadeira do Ricardo Araújo Pereira: este pessoal agora não corre nem faz atletismo, pratica running. Continuo a pedalar, esperando que com o esforço o corpo vá aquecendo. Sozinho, sem ninguém com quem falar (até parece que sou tipo de muita conversa…), a mente vai divagando. E penso neste blog e na hipótese de ser mais um projecto sem futuro por falta de conteúdo. Podia escrever sobre o tipo do running e as suas caricatas meias de compressão. Adoro implicar com tipos que usam meias de compressão. Tento antever se aquilo é mesmo amor à modalidade ou se é apenas uma moda passageira. Recordo quando há 18 anos atrás resolvi retomar a velha paixão da infância e adolescência pelas bicicletas. Devia ser um tipinho mesmo irritante. Aliás, estou certo que ainda haverá quem me considere um tipinho irritante, sempre a puxar a conversa para o tema das bicicletas. Nessa época muitos havia que me acompanhavam nessa paixão. Hoje poucos restam. Será que o tipo das meias de compressão daqui a 10 anos ainda cá anda com o mesmo entusiasmo? Ou será que o casamento, o nascimento do filho, a mudança de casa ou aquela gripe, que o apanhar precisamente no pico de forma e que o vai fazer ficar parado durante 15 dias a ganhar peso, lhe vai esmorecer a paixão e o entusiasmo para recomeçar quase tudo de novo? Este tema das meias de compressão e do running podia bem ser a salvação deste blog… Era fácil, bastava começar para aqui a descarregar algumas opiniões que tenho sobre esses temas. E que não são lá muito abonatórias. Mas depois começa a consciência a massacrar-me: “Olha lá, ó palerma, vais agora implicar com os moços por andarem atrás duma moda ou por utilizarem toda aquela parafernália de acessórios ridículos? Mas tu não te lembras da figura que fazias há uns anos com os teus amigos do BTT?”. E lá se foi o assunto. Felizmente que uma subida se aproxima. E quando vamos em esforço não temos grande disponibilidade para raciocínios complexos. Quem perde é este blog, que continua condenado ao fracasso.
Mês: Fevereiro 2016
O início
É assim que as coisas começam. Pelo início. Indefenido porque a única certeza é que terá um fim. É uma inevitabilidade. Já o meio é uma incerteza. Nem sempre conseguimos prosseguir com os planos ou aquilo que hoje parece uma ideia interessante pode facilmente ser abandonado amanhã. Veremos como progride.