Igrejas de Cabeceiras

Não, não pretendo visitar todas as igrejas do país. Simplesmente, tal como um miúdo com um brinquedo novo e ainda com entusiasmo da incursão pelas paróquias de Santo Tirso, resolvi meter novamente mãos à obra. Cabeceiras de Basto pareceu-me uma boa opção: é das regiões onde mais gosto de pedalar e tem montanhas já com dimensão apreciável. O facto de conhecer o terreno e serem apenas 17 paróquias tornou a elaboração do plano relativamente simples. O resultado foi um percurso interessante para bicicleta de estrada. Não muito longo mas com um desnível acumulado a tender para o violento. Juntando esse desnível a um piso nem sempre suave, sobrou no final um corpo bem dorido.

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Refojos de Basto (S. Miguel), a mais imponente.

Mas foi um dia muito bem passado. Longas horas a falar com o GPS, cumprimentar o Sr. Carlos em Gondiães, acenar aos aviões de combate a incêndio que de 10 em 10 minutos me sobrevoavam na serra e escolher o melhor ângulo para a foto, tendo em conta o sol e os obstáculos.

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Gondiães (S. Martinho), a mais remota.

Partes das deliciosas Memórias Paroquiais de 1758, que encontrei na net e que tentei memorizar, foram-me ocorrendo ao longo da jornada. Imaginava a evolução daqueles locais. Como eram na altura, com o pároco respondendo ao questionário que devia ser um censo mas cuja redacção tinha muito de subjectivo.

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Riodouro (S. André), à distância dum tiro de espingarda.

Junto à igreja de Riodouro, com um sorriso nos lábios, devo ter citado o meu trecho favorito: “(…)A igreja está fora do lugar, e o mais vizinho que está também só está arredado da igreja um tiro de espingarda que não fará senão chegar lá o chumbo.(…)”

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Abadim (S. Jorge) e a sua torre.

A quem interesse aqui fica o registo fotográfico completo.

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